domingo, 23 de agosto de 2009

O Dinheiro ou a vida?















“Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura...”
Vivemos num tempo em que o capitalismo tem tomado conta das atividades evangélicas. A pregação, o ensino, o louvor, a vocação pastoral, as cruzadas de evangelização, enfim, a maior parte das atividades tem sido influenciadas e até motivadas pelas finanças.

Outrora pregar era uma missão, anunciar Cristo as nações. Porém com o passar do tempo os ministros descobriram que cada pregação poderia se transformar numa fita K7, VHS,CD ou DVD e que cada estudo bíblico poderia se tornar uma apostila , logo uma coletânea de apostilas poderia se tornar um livro.E um bom pregador ou educador cristão poderia até ficar rico.

Para produzir este material haveria um custo, até aí tudo bem, mas a verdade é que eles encontraram um “filão”, um público cativo, sequioso de aprender, desejando uma literatura específica, destinada a sua cultura evangélica, e que está disposto a pagar por isto.

No louvor, cada equipe passou a sonhar em gravar seu CD, o conjunto instrumental quis tornar-se uma banda e agora está ausente nos cultos por causa dos shows.
Os cantores, que se preocupavam em adequar as suas canções a pregação, agora só querem cantar HITS, só sucessos que acompanhem as tendências da música secular. Por que é isso que vende, e é o que está sendo produzido pelas gravadoras.

Os cantores profissionais quase não cultuam mais, porque atendem duas ou três igrejas num mesmo domingo.
Ser pastor agora é estar num dilema:
Quando a igreja assalaria o pastor, este deve ter muito cuidado para não ficar refém de seus membros, afinal não são eles que pagam o seu salário?

Quando o pastor não é assalariado pela igreja, isto lhe dá o direito de pensar primeiro no sustento da sua família,muitos vocacionados estão assoberbados de trabalho, tentando continuar esta dupla jornada. E mais uma vez o capitalismo influenciará o mundo cristão, porque será necessário algum tipo de compensação a este pastor.

As cruzadas evangélicas cada vez mais vão se dirigindo as grandes metrópoles e os lugares mais longínquos ficam abandonados.

A TV tem sido bombardeada com muitos programas evangélicos, mas o que é notável é que é impossível encontrar um desses programas que não peça ofertas para ser mantido no ar.Completamente o oposto dos programas seculares.

È louvável a atitude do povo cristão, vemos cada vez mais pessoas com nível superior, e ocupando lugares de destaque na sociedade,
Mas por outro lado, para se ouvir uma pregação gratuita só mesmo nas praças, nos trens, nas ruas ou no templo. E muitas vezes são pessoas humildes que fazem este trabalho voluntário.

Aliás com a evolução, já deve haver alguém pensando:No templo ouvimos boa pregação, estudos na escola dominical, apresentações de louvor magníficas, orquestras , corais, palestras, ou seja um “pacote” completo,quanto é que se poderia cobrar por isto?

Apesar de tudo, ainda existe uma classe que está na contra-mão destes acontecimentos,são os missionários, ao invés de cobrar e receber pelo seu trabalho e dedicação, eles se gastam pelo evangelho de Cristo, e oferecem a ele o bem mais precioso que possuem, sua própria vida.

Qual será o alvo principal dos ministros do evangelho deste século?

Ganhar dinheiro ou dedicar a sua vida a Deus?

Ev Ricardo Duarte dos Santos